CPMF x 4.0 - A contribuição turbinada na cadeia produtiva.

A CPMF foi proposta novamente pelo governo para tapar o rombo fiscal, criado por eles próprios fruto de uma gastança desenfreada. Mas vamos entender como este imposto, ou "contribuição" - chamem como queiram, é um imposto injusto.
Há uma declaração de Joaquim Levy que a CPMF é um imposto "pequenininho" É lamentável ouvir isto, mas vamos fazer umas contas:

Supondo que um cidadão adquira um carro de entrada completo por R$ 50.000,00 para facilitar as contas, vai pagar o IPVA R$ 2.000,00; Licenciamento+DPVAT R$ 450,00 (desde que voce não contrate um despachante); Seguro cerca de R$ 2.500,00 - totalizando cerca de R$ 55.000,00 - A CPMF aí seria de R$ 210,00 (arredondando).
Este carro deve ter perto de 32% de impostos, PIS, Cofins, ICMS (desde que você não seja taxista - UBER não vale) e que serão recolhidos pela montadora, totalizando cerca de R$ 16.000,00 - vamos guardar este valor!

A concessionária, deve pagar a montadora cerca de 95% do valor de venda, considerando a margem média por carro de 5%, então ela vai pagar R$ 47.500,00 a montadora - aí vão mais R$ 180,00 de CPMF.

Supondo que a montadora tenha uma margem de 15% em cada auto produzido, portanto descontados os impostos que vimos a pouco, ela terá um custo de R$ 26.775,00 pagos a fornecedores e funcionários, e aí irão mais R$ 102,00 de CPMF, e a CPMF quando recolher os impostos de R$ 16.000,00 - mais R$ 63,00.

Os fornecedores, tem vários subfornecedores, desde matéria prima, mão de obra, serviços, gerando vários pagamentos em cascata. Digamos que haverá mais R$ 145,00 de CPMF nesta fase final da cadeia produtiva.

Assim somando todas as CPMFs desde longo caminho, chegamos a cerca de R$ 700,00. Este valor dividido pelo preço de venda do carro dá 1,4% ou seja 3,7x - ou até quase 4 vezes os 0,38% da CPMF. 
Então,não dá para desprezar e dizer que é um valor insignificante, "pequenininho" como tenta argumentar Levy.